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A hora da Mudança

  • Ivan Mouta
  • 25 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura


O Brasil vive um momento único em sua história e independentemente das convicções de cada um de nós – que deve ser respeitada, seja de que linha for – é inegável que a conjuntura atual é especial. Estamos, como nunca, discutindo e exigindo legalidade, honestidade, ética e moralidade de todas as autoridades políticas e judiciárias do país. Esse ímpeto não pode parar, no entanto, para mudarmos realmente o Brasil não podemos ficar só nisso, temos que fazer uma mudança na nossa forma de viver em sociedade e aí sim teremos uma grande chance de vermos nascer um novo Brasil, se não para nós, mas para os nossos filhos e netos.


Não basta cobrarmos que os outros tenham um comportamento exemplar, se nas nossas ações simples do dia a dia passamos por cima de uma convivência fraterna e respeitosa com nossos semelhantes. Precisamos deixar para trás esta história de esperteza e jeitinhos para resolver tudo, temos que adotar posturas respeitosas e gentis uns com os outros e dar exemplos de boa convivência em sociedade para uma nova geração que está acompanhando tudo que vem acontecendo e precisa de um rumo para guiar suas vidas.


Nos acostumamos a reclamar e culpar os outros por tudo que acontece no Brasil, mas estamos fazendo nossa parte? Somos hábeis em justificar nossos deslizes. Sonegamos impostos e não registramos nossos empregados porque a carga tributária é elevada, usamos vagas destinadas às pessoas especiais porque é só por um minutinho, não paramos nem por um segundo para deixar alguém sair com o seu carro porque estamos com muita pressa, gritamos com nossos filhos porque estamos estressados pelo dia de trabalho que tivemos, tratamos mal nossos funcionários porque eles não entendem o que queremos e não temos paciência para orientá-los, deixamos a educação nas mãos da escola porque não sobra tempo para conversarmos com nossos filhos e ver o que está sendo ensinado a eles, andamos pelo acostamento porque somos os únicos que não podemos ficar parados num engarrafamento, não nos preocupamos com as questões ambientais porque não adianta só alguns se preocuparem, deixamos o som alto porque gostamos de ouvir música assim e os incomodados que se mudem, visitamos cada dia menos nossos pais e avôs porque falta tempo para isso, não precisamos ter compromisso com horário porque nossa profissão é especial e se quiserem ser atendidos que esperem, jogamos lixo na rua porque alguém vai limpar e por aí vai, exemplos de mau comportamento não falta e justificativas patéticas também não.


Simplesmente somos acostumamos a viver assim, como se não existisse mais ninguém. Só nossa opinião é a certa. Só nós passamos por momentos difíceis na vida. Só nós temos importância e somos especiais. Precisamos mudar esta forma de pensar e agir, temos que começar a viver o que estamos pregando e cobrando dos outros. É inegável que não podemos parar de cobrar com rigor uma retidão por parte dos políticos, mas precisamos escolhê-los melhor, não dá para votar de qualquer jeito, usando a máxima de que são todos iguais. Dá para melhorar e muito o nível vergonhoso que assistimos na votação do último dia 17 de abril.


Estamos aprendendo a nos manifestar contra os desmandos atuais. Isso é novo para todos nós, sempre tivemos uma postura mais mansa e muitas vezes covarde, mas dá para fazer isto sem odiar quem pensa diferente de nós. Não precisamos rotular, nem discriminar ninguém que pensa e enxergue as coisas de outra forma. Uma postura respeitosa só nos fará bem e nos abrirá novos horizontes. Precisamos sempre lembrar, que tal qual um círculo desenhado por um compasso, nosso direito acaba quando começa o de outra pessoa.


É muito difícil mudar nosso país. São anos e anos de desordem, corrupção e vícios, mas se cada um melhorar um pouquinho sua forma de viver e interagir em sociedade, já seria um ótimo começo.

Ivan Mouta

 
 
 

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