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A Força dos Boatos

  • Ivan Mouta
  • 26 de jan. de 2017
  • 2 min de leitura


No dia 30 de outubro de 1938 aconteceu uma célebre história nos Estados Unidos, naquela noite a rede de rádio CBS (Columbia Broadcasting System) interrompeu sua programação musical para noticiar uma suposta invasão de marcianos à Terra. O programa da rádio relatou a chegada de centenas de marcianos, a bordo de naves extraterrestres, à cidade de Grover's Mill, no estado de Nova Jersey. A suposta notícia era na verdade uma peça de radioteatro, do então jovem e quase desconhecido ator e diretor de cinema norte-americano Orson Welles, inspirado no livro de ficção científica "A Guerra dos Mundos", de Herbert George Wells. Estima-se que quase um milhão de pessoas pensaram que isso tudo estivesse realmente acontecendo, já que parte dos ouvintes da rádio perdeu a parte inicial do programa, que explicava do se tratava tudo aquilo. Até que o mal entendido fosse desfeito, houve muito pânico e várias pessoas, desesperadas, tentavam fugir de carro por rodovias.


Nos dias atuais, onde qualquer informação se alastra em questão de segundos, estamos vivendo situações de pânico coletivo por conta de boatos, que sem nos preocuparmos com a origem ou o conteúdo, assumimos como verdade e ajudamos a propagar ainda mais uma notícia com a qual não temos o menor compromisso com as consequências que isto pode causar. O acesso rápido às informações e a facilidade em nos comunicarmos nos dias atuais são recentes e valorosas conquistas da humanidade, mas é preciso que aprendamos a usar estas ferramentas com mais responsabilidade e discernimento.


Para qualquer fato que ocorra hoje em dia, imediatamente começam surgir rumores e especulações, tudo sem qualquer preocupação com a verdade ou qualquer sinal de sensibilidade ou compaixão com as pessoas envolvidas. Não importa o que venha a causar e como isto pode ferir as pessoas, os boatos se proliferam com uma rapidez jamais vista e, certamente, jamais imaginada por todos nós.


Talvez isso faça parte de um aprendizado pelo qual estamos passando e que com o tempo todos nós venhamos a compreender melhor toda esta realidade e passemos a lidar melhor e com mais cuidado com tudo isto. Até lá não custa nada começarmos a agir com um pouco mais de sensatez e, antes de ajudar na disseminação de qualquer informação, possamos pensar por alguns segundos nas consequências que um gesto precipitado pode causar em outras pessoas. Pessoas irresponsáveis, que gostam de ver o circo pegar fogo sempre existiram e sempre vão existir, mas não precisamos ser influenciados ou manipulados por estas pessoas, necessitamos ter bom senso e entender que não somos obrigados a compartilhar tudo que recebemos ou ficamos sabendo.


O fato histórico ocorrido em 1938, onde a rádio era a principal fonte de informação da humanidade, mostra o quanto as pessoas podem ser influenciadas e que mal podem causar por entenderem algo de forma errada ou por terem acesso a uma informação somente pela metade. Se continuarmos agindo sempre por impulso, sem qualquer filtro e de forma atabalhoada, poderemos contribuir para que verdadeiras tragédias venham acontecer, causando danos, alguns até irreparáveis, a várias pessoas e a nós mesmos.


http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=246726

 
 
 

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