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Um convite à mediocridade

  • Ivan Mouta
  • 20 de mar. de 2019
  • 3 min de leitura

Todos dos dias temos uma escolha muito importante a fazer em nossas vidas, tanto nos aspectos pessoais, quanto profissionais, fazer mais do mesmo, ficar no comum, no trivial, no médio, sem correr riscos, nos mantendo na nossa zona de conforto ou nos expor, nos aventurar, nos retirar do meio, ousar sair da nossa área de proteção e buscar algo melhor para nossa existência.


Infelizmente essa escolha, que deveria ser somente de cada um, é sempre influenciada por diversas outras pessoas, nos vários ambientes que convivemos, somos, o tempo todo, convidados por estas pessoas a fazer menos do que temos capacidade, isso se manifesta através de críticas, em sua maioria negativas e rudes, pessimismos exacerbados, negatividades, fofocas, tudo sempre no intuito de nos frear e impedir que sejamos mais do que somos, que tenhamos mais do que temos, que cheguemos mais longe do que estamos.


Isso se manifesta de diversas formas e com intuitos diferentes e até, em alguns momentos, de maneiras inconscientes, mas basta olhar à nossa volta e prestar atenção, tem sempre alguém, na nossa casa, na nossa família, no nosso trabalho, no nosso ciclo social, tentando tolher nossas iniciativas. Pode ser por boa intenção? Pode. Pode ser por preocupação com o nosso bem estar? Claro. Mas pode ser por inveja, por medo de nos tornarmos melhores do que eles são, por não conseguirem fazer algo e por conta disso tentam impedir que alguém faça ou simplesmente por pura vaidade. O fato é que, independente da razão, isto nos convida a sermos medíocres, a não nos desenvolvermos, a não mostrarmos todo o nosso potencial, a ficarmos paradinhos e contentes onde nos encontramos, sem causar temor ou risco a ninguém.


O mundo está cheio de pessoas assim e, infelizmente, a maioria delas não é tão bem intencionada como parece, muitas por não terem talento, por não terem tido uma boa ideia ou por terem tido medo de fazer algo, vão tentar estragar o que os outros estão tentando fazer, criticando indiscriminadamente, colocando defeitos, diminuindo o feito alcançado. Lamentavelmente isto nos afeta e, por vezes, nos desanima e nos conduz a aceitar o convite para nos tornarmos medianos, normais, comuns e ter paz, afinal ficar tomando pancada o tempo todo dói, cansa e entristece qualquer pessoa. E não há nada de errado em não se expor, em não se arriscar, trata-se apenas de uma forma de agir e de pensar e quem está pronto para viver com isso e com suas consequências que assim o faça, a decisão é de cada um e não cabe a ninguém fazer qualquer julgamento sobre isso.


No entanto, imaginemos quantos talentos foram e são arruinados constantemente através dessa postura, tanto de quem convida, quanto de quem aceita a mediocridade. Quantas boas ideias foram desperdiçadas, quantos profissionais habilidosos foram perdidos, quanta energia foi jogada fora, tudo por conta deste infeliz encontro entre quem deseja diminuir alguém ou seus méritos e quem acaba aceitando esta diretriz.


No mundo dos negócios isso também acontece com bastante frequência, muitas empresas têm tudo para crescer, mas simplesmente ficam estagnadas, por medo de errarem, com receio das críticas que possam vir a receber de sócios, funcionários, clientes e, até mesmo, dos concorrentes. Outras desistem em pleno processo de expansão ou lançamento de um produto, por conta das desaprovações recebidas logo de início e acabam vendo outras companhias mais audaciosas crescerem sem parar, para perplexidade de muita gente, que fica sem entender como conseguem. Chegam lá porque não desistem ao primeiro obstáculo, nem se deixam subjugar pelos críticos de plantão.


Todo convite que recebemos, estabelece a boa etiqueta não desprezar ou ignorar e sim dar uma pronta resposta. Neste caso, devemos nos posicionar aceitando ou não a proposta de nos entregarmos à mediocridade oferecida, se continuaremos ou não na mesmice ofertada ou se nos negaremos a tal oferta e iremos buscar um algo a mais, um destaque, nos tornando pontos fora da curva, pessoas fora do comum, se sairemos do razoável para o extraordinário, isso, certamente, trará riscos e consequências, mas não existe triunfo sem enfrentamento e a pior derrota é se tornar alguém inexpressivo, desinteressante, sem sal, que não soma, que não tem proatividade, alguém sem pujança e que tem uma vida que passa despercebida por todos. Esse é o típico de convite que, por educação, necessitamos agradecer, mas devemos recusar imediatamente.


Ivan Mouta


 
 
 

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