A mulher por um homem
- marlivanmouta
- 5 de mar. de 2021
- 3 min de leitura

Um homem tem pouca propriedade para falar sobre as mulheres, não por machismo ou qualquer outra tolice preconceituosa, mas sim pelo fato de não compreendermos realmente sua essência, suas dificuldades e os percalços que enfrentam diariamente. Por mais que acompanhemos toda a luta que travam para terem a mesma igualdade de condições com os homens, para mostrarem, sem qualquer privilégio, todo seu talento e força, não temos como saber realmente por tudo que passam e sentem, mas podemos falar com total conhecimento sobre o prazer que é conviver e aprender com elas.
A força e a importância da mulher nos são apresentadas já nos primeiros segundos de nossas vidas, ainda na gestação, quando já sentimos sua proteção e seu amor, em todo o processo do nosso desenvolvimento. Ao nascer nossa união não é mais física, mas continuará de forma afetiva por toda nossa vida. Ninguém, além dela, entende melhor nossos desejos e necessidades e quantas vezes choramos apenas para ter sua atenção voltada só para nós. Nada é maior do que o amor de uma mãe por seus filhos e nada é melhor do que sentir-se amado desta forma.
Com o passar do tempo somos apresentados a um novo tipo de amor pelas mulheres, esse diferente, que faz nossos corações acelerarem, nossas vistas ficarem turvas e nossas pernas bambas. Alguns serão passageiros e outros para sempre, mas todos serão importantes. Por vezes nos desentendemos e buscamos a solidão, mas viver sem sua companhia se torna impossível e quando, enfim, encontramos nossa alma gêmea, devemos fazer de tudo para não perdê-la, nem decepcioná-la.
Para alguns de nós, ao qual me incluo, ainda tem outro grande amor por mulheres, que é ser pai de uma menina, que até pode ser parecido com o amor de pai de um garoto – não sei dizer, tenho duas princesas –, mas ser pai de uma mulher traz certas preocupações e muitas alegrias bem particulares e muda muito nossa forma de pensar e agir como homens.
Como é bom conviver e aprender com as mulheres, mães, filhas, irmãs, primas, cunhadas, amigas, chefes, colegas de trabalho, conhecidas, ídolos na vida, no mundo corporativo, no esporte, na literatura, nas artes, tantas mulheres que fazem a diferença na vida de tanta gente, que se dedicam em criar sozinhas seus filhos, que criam os filhos dos outros, que renunciam à própria vida para ajudar aos que não têm quem os ampare, mulheres que sofrem preconceitos e violências, mas permanecem de pé e continuam lutando por elas e por tantas outras que sequer conhecem.
Porém, mais do que conviver e admirar, devemos nos empenhar para mudar esse cenário, tão obsoleto e que nesta altura do campeonato já não deveria mais existir. Não podemos fugir da realidade que nos cerca ou achar que isto é irrelevante, pois não é. As mulheres continuam sofrendo preconceitos de todas as espécies e ainda ganham menos que nós homens e seguem tendo menos oportunidades. Podemos mudar isso, começando dentro de casa, dando uma educação adequada aos nossos filhos e filhas, tratando respeitosamente nossa mulher, nossa irmã, nossa mãe, nossa vizinha. No ambiente corporativo temos que, de uma vez por todas, eliminar as piadinhas e conversinhas idiotas e tratar e dar oportunidades às pessoas apenas por seu mérito e desempenho profissional. Também seria de grande relevância se começássemos a “comprar” algumas brigas em defesa de tantas mulheres que sofrem diversas barbaridades, tanto de forma física, quanto psicológica.
Nada nunca foi fácil para as mulheres, cada conquista ao longo do tempo foi sofrida, sempre mais difícil do que foi para nós homens, precisando mostrar que são capazes e não deveria ser assim, afinal já está mais do que provado que se existe alguma diferença de produtividade e capacidade intelectual entre homens e mulheres, é a favor delas.
O Dia Internacional da Mulher é apenas uma simbologia à luta e à importância de todas elas, não significa que só mereçam atenção e felicitações neste dia. Temos que batalhar para que chegue o dia em que não haja necessidade de se falar mais nisso e que seja totalmente natural e igualitária a convivência e as relações entre homens e mulheres.
Ivan Mouta
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