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Março de 2020, parte 2


Depois de 365 dias parece que continuamos no mesmo mês de março de 2020, tudo fechado, medo, tristeza e desespero reinando. Infelizmente muitas pessoas se foram nesse caminho, milhares perderam seus empregos, seus bens, suas empresas e sua dignidade. Esse mês de março de agora, 2021, não é um recomeço, não dá para esquecer tudo que aconteceu nestes últimos 12 meses, mas podemos, num grande esforço, olhar para ele com um desejo e, principalmente, um compromisso de fazer tudo melhor daqui pra frente, mas, antes precisamos assumir os erros que cometemos até agora, só assim poderemos evitar praticá-los novamente.


Temos muito o que falar e, principalmente, o que cobrar do poder público. As ações assertivas têm sido raras em todas as esferas do Estado. As tão conhecidas carências em nosso sistema público de saúde continuam, mesmo passado todo esse tempo. Permanecemos com a mesma escassez de vagas e equipamentos nos hospitais e nada melhorou em relação às condições de trabalho dos profissionais de saúde. Mas, e nós, o que temos feito para mudar o rumo dessa terrível história? Mesmo percebendo que muitos de nossos hábitos precisam ser mudados, sob pena de muitas pessoas continuarem morrendo, teimamos com nossas atitudes, sem nos preocuparmos com as consequências de nossos atos. Somos incapazes de nos colocar no lugar dos outros e de mensurar os efeitos de nossas ações.


Para piorar ainda mais, há algum tempo adquirimos o péssimo hábito de menosprezar a opinião de especialistas, profissionais que, por vezes, se empenharam a vida inteira em uma área em particular e achamos que sabemos tudo e que temos solução seja qual for o problema. Evidente que ninguém é dono da verdade e temos que ter uma postura crítica, mas dá para fazer isto com respeito e, principalmente, com inteligência e bom senso. Muita coisa tem sido dita por pessoas que não têm preparo ou qualquer conhecimento na área e nós estamos embarcando nessa armadilha da superficialidade. Antes de contradizermos a opinião de alguém é preciso procurarmos conhecer ao menos um pouquinho de quem se trata e, mais importante, nos inteirarmos do assunto que está sendo abordado.


Também é preciso destacar um ponto amplamente positivo. É inegável a evolução do sentimento de solidariedade em todos nós e isso prova que podemos mudar nossa conduta e que é perfeitamente possível nos comportar de maneira diferente, responsável, cordial, buscando o bem de todos e não só o nosso, a qualquer custo. Precisamos nos unir e não ficar direcionando nossas energias nas diferenças que temos. Esqueçamos nossos ideais por hora, depois voltamos a eles, posteriormente nos preocuparemos com as próximas eleições, a hora é de cada um fazer sua parte e juntos nos empenharmos em vencer essa pandemia.


Ivan Mouta

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