Menos informação, por favor

Uma das maiores conquistas da sociedade moderna é o acesso à informação. Antes restrita e de difícil alcance, agora tomamos conhecimento de um fato imediatamente após seu acontecimento, independentemente de onde tenha ocorrido. O mundo ficou do tamanho de nossa rua, onde enxergamos tudo que acontece bem de perto e até interferimos no curso dos eventos. Tudo isso é muito positivo, mas há um enorme exagero, onde somos bombardeados incessantemente com muita informação inútil ou desnecessária, que toma muito de nosso tempo e nos faz deixar de lado as coisas que realmente importam e fazem diferença em nossas vidas.

Hoje tudo é falado, explicado e debatido à exaustão e todos nós temos opinião e sugestão para absolutamente qualquer coisa. Não há um assunto sequer que não mereça uma análise de especialistas, com opiniões enfadonhas e arrastadas. Somos entendedores de todo e qualquer assunto, não existe tema em que não nos intrometamos.

Nos comportamos como se entendêssemos profundamente de tudo, nada escapa de nossa análise ou julgamento. As redes sociais nos proporcionam entrar em qualquer questão, seja ela qual for e expressar nosso ponto de vista, até mesmo questionando as opiniões de profissionais, que se dedicam anos em suas especialidades. Mas será mesmo que temos que nos envolver em qualquer assunto que surja, mesmo não sendo relevante para nós naquele momento ou sendo algo que não conhecemos a fundo? Temos realmente que ficar a par de tudo que acontece na vida das outras pessoas? Precisamos de fato seguir os hábitos de pessoas que mal conhecemos?

Necessitamos, urgentemente, encontrar um equilíbrio, filtrando as informações, nos aprofundando e nos envolvendo naquilo que possa nos trazer reais benefícios ou no que possamos contribuir efetivamente, deixando de perder tempo com futilidades e debates vazios, focando no que realmente nos é caro, que é nos tornarmos pessoas melhores em nossa vida profissional e pessoal, buscando uma convivência prazerosa e feliz com as pessoas que amamos e que verdadeiramente se importam conosco.

Ivan Mouta