O ano da solidariedade
- Ivan Mouta
- 12 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
O ano de 2020 deixará marcas fortes em todos, muitos de nós perdemos pessoas queridas, ficamos solitários, preocupados, por vezes desesperados, sem ter contato com quem amamos. Muitos perderam seus empregos, suas empresas, milhares tiveram sua saúde fortemente abalada. É um ano para se esquecer, correto? Não é. O ano de 2020 nos trouxe muitos aprendizados, que jamais devemos esquecer. Não foram poucas as lições importantes que tivemos ao longo desse período, mas uma, em especial, vem se destacando, o espírito de beneficência que dominou todos nós.
Não houve quem não se comovesse com as necessidades de tanta gente e a imensa maioria de nós ajudou e vem ajudando, de alguma forma, as pessoas que são mais afetadas com as restrições e efeitos impostos a todo o mundo por esse terrível surto. A pandemia, forçosamente, nos fez enxergar muitas pessoas que eram, até então, invisíveis a muitos de nós. Nos acostumamos a levar nossas vidas nos preocupando apenas com as pessoas queridas e próximas a nós, prática que não deve ser reprovada, nem tão pouco criticada, pois a imensa agitação do dia a dia faz com que ignoremos e desconheçamos a necessidade de tantos indivíduos, que deveriam ter as mesmas oportunidades e condições que as pessoas mais favorecidas social e economicamente, mas por inúmeras razões não têm.
O fato é que tomamos conhecimento das muitas privações pelas quais tanta gente tem passado, que muitos não têm o que comer, o que vestir, nem onde dormir. Essa triste realidade não começou agora com a pandemia, mas se agravou intensamente. O acontecimento novo tem sido a nossa sensibilidade com tudo isso e a nossa disposição em ajudar, participando das campanhas de doações, dedicando parte do nosso tempo a pessoas que não conhecemos e até nos emocionando com a situação de uma grande parte da população.
Esse sentimento que nos entrelaçou, independente da distância que nos separa, das nossas diferenças econômicas e culturais, não pode ser esquecido, nem diminuído quando nos livrarmos desse terrível vírus. Essa importante lição de fraternidade que tivemos precisa nos marcar e mudar nossos hábitos para sempre.
Uma sociedade é muito mais evoluída quando as pessoas se tratam como irmãos. A fraternidade resume todos os deveres das pessoas, umas com as outras. É tratar as pessoas da forma que queremos ser tratados por elas. Precisamos continuar deixando o egoísmo de lado e, cada vez mais, agir de forma mais gentil com os que nos cercam, mesmo que não os conheçamos. Este tipo de atitude certamente dará frutos e irá retornar coisas positivas para todos que agirem desta forma. Temos que parar de “passar por cima” dos outros para alcançar nossos objetivos e nos mover ao encontro dos interesses coletivos. O mundo é competitivo e é preciso força para enfrentá-lo, mas dá para fazer isto de forma justa, cordial e solidária com as outras pessoas.
Ivan Mouta
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