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O profissional e a inteligência artificial


O grande assunto do momento é o incrível crescimento da inteligência artificial, cada vez mais cognitiva, autônoma e surpreendente na solução de problemas e na execução de tarefas, muitas delas complexas e onerosas para todos nós. O tema é ainda mais perturbador para muitos de nós, imigrantes nesta era digital e ainda não tão íntimos deste novo mundo. Na geração mais nova, nativa deste período, isto é encarado com mais naturalidade, o que não significa que não provoque preocupações.


A transformação tecnológica não é exatamente uma novidade, sempre fomos surpreendidos por algo novo, que impactou nossas vidas, mudando o nosso comportamento individual e em sociedade. Quantas profissões existiam ou eram altamente rentáveis há bem pouco tempo e hoje praticamente desapareceram? E não foram poucos os produtos e serviços substituídos ou que caíram em completa obsolescência.


Em todas as fases da nossa história sempre houve preocupação em nos tornarmos ultrapassados e de sermos substituídos pelo progresso, o que parece ser diferente agora é que o tempo entre esses avanços tecnológicos é cada vez menor. O que é uma grande novidade hoje, amanhã estará obsoleto. Junte-se a isto uma nova postura e forma de encarar o mercado de trabalho pelas novas gerações, com um olhar mais para a qualidade de vida e menos para o envolvimento e a dedicação profissional e temos o cenário perfeito para automatizarmos cada vez mais qualquer tarefa, mesmo que exija uma execução complexa e meticulosa.


Então devemos todos nos desesperar? Claro que não. Devemos sim despertar para tudo isto e buscarmos, cada vez mais, nos diferenciar no que fazemos e isto só é possível com disposição e esforço para alcançar novos conhecimentos, sempre com a mente aberta para a renovação, buscando interagir e utilizar os avanços tecnológicos a nosso favor. Mas, infelizmente, vivemos num completo contrassenso, onde a tecnologia evolui de forma espantosa e nós dedicamos cada vez menos tempo em nosso aprendizado e gastamos a maior parte da nossa energia em assuntos e informações sem valor, que em nada contribuem para o nosso desenvolvimento.


Profissionais superficiais e poucos envolvidos e preocupados com o crescimento de suas empresas ou seus próprios negócios, nunca tiveram destaque no mercado, mas isto agora é mais evidente, porque existem alternativas até então custosas ou desconhecidas. As empresas estão, cada vez mais, investindo em tecnologia e os profissionais não têm outra escolha senão buscarem um aperfeiçoamento, se atualizando e agregando novas funcionalidades às suas atuais habilidades e precisam, de forma dinâmica, mostrar comprometimento com seu trabalho. Quem não demonstrar o seu valor, se envolvendo de corpo e alma no que faz, agregando qualidade naquilo que produz, será mais fácil e viável de ser substituído pela tecnologia ou terá sua remuneração cada vez menor, dada a pouca relevância que passará a ter.


A tecnologia pode e vai substituir algumas profissões, outras certamente serão criadas, o saldo de tudo isto só o futuro dirá, o que é certo é que profissionais de excelência, dedicados, comprometidos e que entregam resultado terão espaço no mercado de trabalho e sempre serão relevantes e valorizados pelas empresas.


Ivan Mouta

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